quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Arts & crafts

Arts & crafts

Arts & Crafts (do inglês artes e ofícios, embora seja mais comum manter a expressão original) foi um movimento estético surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer. Foi influenciado pelas idéias do romântico John Ruskin e liderado pelo socialista e medievalista William Morris.
Durou relativamente pouco tempo, mas influenciou o movimento francês da art nouveau e é considerado por diversos historiadores como uma das raízes do modernismo no design gráfico, desenho industrial e arquitetura.

De acordo com Tomás Maldonado, o Arts & Crafts foi uma importante influência para o surgimento posterior da Bauhaus, que assim como os ingleses do século XIX, também acreditavam que o ensino e a produção do design deveria ser estruturado em pequenas comunidades de artesãos-artistas, sob a orientação de um ou mais mestres. A Bauhaus desejou, assim, uma produção de objetos feito por poucos e adquirido por poucos, nos quais a assinatura do artesão tem um valor simbólico fundamental. De forma ampla, a Bauhaus herda a reação gerada no movimento de Morris contra a produtividade anônima dos objetos da revolução industrial.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Tecelagem

Tecelagem

Tecelagem é o ato de tecer, entrelaçar fios de trama (transversal) e urdume, ou urdidura, (longitudinal) formando tecidos.
Tecidos produzidos no processo de tecelagem (também conhecidos como tecidos planos ou de cala) não podem ser confundidos com tecidos de malha. Nos tecidos planos há somente duas posições possíveis para os fios de trama: ou ele passa por baixo ou passa por cima dos fios de urdume.


O processo de tecer pode ser resumido em três operações:

   1. Abertura da cala: operação para selecionar os fios de urdume formando uma manta de fios mais baixa e uma manta mais alta
   2. Inserção da trama
   3. Batida do pente

As construções básicas dos tecidos são a tela (tafetá), a sarja e o cetim. Tecidos do tipo jacquard são entrelaçados fio a fio, um processo trabalhado noqual é possível fazer desenhos. O que determina os tipos de entrelaçamento do fio é chamado de padronagem, e é realizada pela seleção dos fios de urdume que sobem ou que descem para a formação da cala.
A Tecelagem pode ser artesanal ( tecelagem manual), utilizando-se de teares manuais ou em processo industrial, com teares automáticos.


 História

A tecelagem é conhecida por ser uma das formas de artesanato mais antigo ainda presente nos dias de hoje.
Há cerca 12.000 anos, portanto, na Era Neolítica, os primeiros homens usavam o princípio da tecelagem entrelaçando pequenos galhos e ramos para construir barreiras, escudos ou cestas. Teia de aranha ou ninho de pássaros podem ter sido as fontes de inspiração tal trabalho. Uma vez que essa técnica já era conhecida é muito provável que o homem primitivo tenha começado a usar novos materiais para produzir os primeiros tecidos rústicos, e, mais tarde, vestuário.
A data exata de quando nossos ancestrais abandonaram suas peles de animais e passaram a ser proteger e se vestir usando fibras entrelaçadas, tanto de origem animal quanto vegetal, ainda não foi definida pelos estudiosos.
Escavações arqueológicas têm encontrado material feito de fibras fiadas e entrelaçadas, mas esses "tecidos" são muito grosseiros e estão mais parecidos a cestas de trabalho. O exemplo mais antigo de tecido descoberto na Europa, na costa Dinamarquesa, data do fim da Era Mesolítica, entre 4600 e 3200 a.C., mas as decobertas no Peru, no alto da 'Sierra del Norte' são muito mais antigas.
O primeiro tear foi provavelmente algo tão simples quanto uma estrutura vertical contruída de galhos, no qual os fios eram pendurados e tensionados. Outros fios eram então entrelaçados manualmente, a um certo ângulo daqueles já tensionados, criando um tecido rústico.
Aos Gregos é atribuída a tranferência do tear de posição vertical para a horizontal, e aos egípcios a fixaçãoo dos fios de urdume em dois galhos a fim de poderem ser separados de modo a facilitar o entrelaçamento dos fios.


Preparação para tecelagem

É o processo de preparação do rolo de urdume, onde os fios de urdume são todos colocados paralelos em um rolo, feito em máquinas Urdideiras.
Após o processo de urdição e em alguns casos engomagem, o rolo de urdume pode ir diretamente para o tear onde devera ser emendado através de uma Atadora de Urdume, ou poderá passar por um processo de remeteção.
Em alguns casos, pode haver a necessidade de engomagem dos fios de urdume, o que pode ser feito em máquinas Engomadeiras, que criam uma película ao redor do fio com o objetivo de diminuir o atrito com a partes mecânicas do tear, aumentando a sua eficiência.


 Tipo de teares automáticos
 

Todos os teares seguem a mesma idéia básica da tecelagem, como foi descrito:  Abertura da Cala, Inserção da Trama e Batida do pente. A principal diferença de um tear para o outro é a técnica da inserção do fio de trama. Os modelos mais antigos tinham iserção por lançadeiras. Atualmente os tipos de inserção de trama mais comuns são por projéteis, pinças, jato-de-ar, jato-de-água. Na tecelagem industrial o sistema de abertura da cala pode ser por excêntricos , maquineta ou maquineta de jacquard. Embora o sistema de lançadeira pareça arcaico ele é o único que consegue produzir tecidos de até oito metros de largura.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Escultura

Portal da Arte

 Escultura é uma arte que representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. Existem várias técnicas de trabalhar os materiais, como a cinzelação, a fundição, a moldagem ou a aglomeração de partículas para a criação de um objeto.
Vários materiais como a pipeta se prestam a esta arte, uns mais perenes como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de trabalhar, como a argila, a cera ou a madeira.
Embora possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, tradicionalmente o objetivo maior foi sempre representar o corpo humano, ou a divindade antropomórfica. É considerada a quarta das artes clássicas.


  Técnicas, formas e materiais utilizados

Através da maior parte da história, permaneceram as obras dos artistas que utilizaram-se dos materiais mais perenes e duráveis possíveis como a pedra (mármore, pedra calcária, granito) ou metais (bronze, ouro, prata). Ou que usavam técnicas para melhorar a durabilidade de certos materiais (argila, terracota) ou que empregaram os materiais de origem orgânica mais nobres possíveis (madeiras duráveis como ébano, jacarandá, materiais como marfim ou âmbar). Mas de um modo geral, embora se possa esculpir em quase tudo que consiga manter por pelo menos algumas horas a forma idealizada (manteiga, gelo, cera, gesso, areia molhada), essas obras efêmeras não podem ser apreciadas por um público que não seja coevo.

A escolha de um material normalmente implica na técnica a se utilizar. A cinzelação, quando de um bloco de material se retira o que excede a figura utilizando ferramentas de corte próprias, para pedra ou madeira; a modelagem, quando se agrega material plástico até conseguir o efeito desejado, para cera ou argila; a fundição, quando se verte metal quente em um molde feito com outros materiais.
Modernamente, novas técnicas, como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, betão armado ou plásticos, ou mesmo a utilização da luz coerente para dar uma sensação de tridimensionalidade, tem sido tentadas e só o tempo dirá quais serão perenes.
Através do tempo, algumas formas especificas de esculturas formas mais utilizadas que outras: O busto, espécie de retrato do poderoso da época; a estátua eqüestre, tipicamente mostrando um poderoso senhor em seu cavalo; Fontes de água, especialmente em Roma, para coroar seus fabulosos aquedutos e onde a água corrente tinha um papel a representar; estátua, representando uma pessoa ou um deus em forma antropomórfica; Alto ou Baixo-relevo, o modo de ilustrar uma história em pedra ou metal ; mobiliário, normalmente utilizado em jardins.


A escultura pelo mundo Índia
 

As primeiras esculturas na Índia são atribuídas à civilização do vale do Indo, onde trabalhos em pedra e bronze foram descobertos, sendo uma das mais antigas esculturas do mundo. Mais tarde, com o desenvolvimento do hinduismo, do budismo, e do jansenismo, esta região produziu alguns dos mais intricados e elaborados bronzes. Alguns santuários, como o de Ellora, apresentam grandes estátuas esculpidas diretamente na rocha. Durante o século II a.C. no noroeste da Índia, onde hoje é o Paquistão e o Afeganistão, as esculturas começaram a representar passagens da vida e os ensinamentos de Buda. Embora a Índia tivesse uma longa tradição de esculturas religiosas, Buda nunca tinha sido representado na forma humana antes, apenas por símbolos. Este fato reflete já uma influencia artística persa e grega na região. A Índia influenciou ainda, através do budismo, boa parte da Ásia, como as existentes na localidade de Angkor, no Camboja

 China

Alguns dos guerreiros do Exército de terracota de XianArtefactos chineses datam do século X a.C., mas alguns períodos selecionados tiveram destaque: Dinastia Zhou (1050-771 a.C.) produziu alguns intrincados vasos em bronze fundido; Dinastia Han (206-220 a.C.) apresentou o espectacular Exército de terracota de Xian, em tamanho natural, defendendo a tumba do imperador; As primeiras esculturas de influencia budista aparecem no período dos Três reinos (século III) ; Dinastia Wei (séculos 5 e 6 ) nos da a escultura dos Gigantes grotescos, reconhecidas por suas qualidades e elegância. O período considerado a idade de ouro da China é a Dinastia Tang, com suas esculturas budistas, algumas monumentais, considerados tesouros da arte mundial.
Após este período a qualidade da escultura chinesa caiu muito. É interessante notar que a arte chinesa não tem nus, como é comum na arte ocidental, à exceção de pequenas estátuas para uso dos médicos tradicionais. Também tem poucos retratos, exceto nos mosteiros, onde eram mais comuns. E nada do que se produziu após a Dinastia Ming ( após século XVII) foi reconhecido como bom pelos museus e colecionadores de arte. No século passado, a influencia do realismo socialista de origem soviética arruinou o que restava da arte chinesa. Espera-se que o ressurgimento e abertura para o mundo ocidental traga a arte chinesa ao seu lugar de mérito.


 Japão
 
 Os japoneses faziam muitas estátuas associadas a religião, a maioria sob patrocínio do governo. Notáveis foram as chamadas ‘’haniva’’, esculturas em argila colocadas sobre tumbas, no período ‘’Kofun’’. A imagem em madeira do século IX de ‘’Shakyamuni’’, um Buda histórico é a típica escultura da era ‘’Heian’’, com seu corpo curvado, coberto com um denso drapeado e com uma austera expressão facial. A escola Key criou um novo estilo, mais realista.
 

Américas

Existem poucos exemplares de esculturas pré-colombianas no continente americano, entre elas as famosas estátuas da Ilha de Páscoa, algumas esculturas, principalmente em alto-relevo, decorando edificações Maia e Asteca do Peru ao México e algumas peças primitivas em madeira ou argila, geralmente com significado religioso, dos povos nativos de toda América.
No restante, só se começou a produzir arte a partir do século XVI, já sob influência do Barroco, com destaque para imagens religiosas em madeira, terracota e pedra macia nos locais de influência católica. Nos países de religião protestante, por sua maior resistência ao uso religioso de imagens, foi mais tardio o aparecimento de artistas, entrando diretamente no Neoclássico por influência da cultura européia. A partir daí, com a facilidade de transporte e comunicações, a arte nas Américas ficou muito semelhante à desenvolvida na Europa.
A escultura popular em argila do Nordeste brasileiro, as obras em madeira e argila dos povos da Amazônia, figuras religiosas em todas as regiões católicas da América também possuem sua relevância no contexto atual.
 

África

A arte da África tem uma ênfase especial pela escultura, especialmente em ébano e outras madeiras nobres. Além das divindades antropomórficas, tem especial interesse as máscaras rituais. As esculturas mais antigas são da cultura Nok (cerca de 500 a. C.), no território onde atualmente se encontra a Nigéria.


 Antigo Egito

A escultura no antigo Egito visava dar uma forma física aos deuses e seus representantes na terra, os faraós. Regras rígidas deviam ser seguidas: homens eram mais escuros que mulheres; as mãos de figuras sentadas deveriam estar nos joelhos; e cada deus tinha suas regras especificas de representação. Por esse motivo, poucas modificações ocorreram em mais de três mil anos, embora tivessem resultado em peças maravilhosas como a cabeça de Nefertiti ou a máscara mortuária de Tutancamon.


 Europa

A Grécia clássica é com certeza o berço ocidental da arte de esculpir, desde seus primeiros artefatos a partir do século X a.C., em mármore ou bronze, até o apogeu da era de Péricles (século V a.C.), com as esculturas da Acrópole de Atenas Foi também quando alguns escultores começaram a receber reconhecimento individual, como Fídias. Produziu obras impares,como a Vitória de Samotrácia, os mármores de Elgin ou a Vénus de Milo.
A partir dos gregos, os romanos, depois de um começo na tradição etrusca, abraçaram a cultura clássica e continuaram a produzir esculturas até o fim do império, numa escala monumental e numa quantidade impressionante, espalhando principalmente o trabalho em mármore por todo o império.
Após o fim do império e a idade das trevas, onde pouco se fez, tivemos algumas esculturas góticas (séculos 12 e13), basicamente como decoração de igrejas, como a porta da catedral de Chartres, arte fúnebre com suas tumbas elaboradas e as famosas gárgulas.
’’David’’ de MichelangeloTudo pareceu culminar no Renascimento, com mestres como Donatello e seu Davi em bronze, a estátua eqüestre do Gattamelata ou suas inúmeras esculturas em mármore, abrindo caminho para a obra maior de Michelangelo, com seu magnífico David em mármore, a Pietá, ou Moisés. Provavelmente o David de Florença seja a escultura mais famosa do mundo desde que foi revelada em 8 de setembro de 1504. 

Quando Benvenuto Cellini criou um saleiro em ouro e ébano em 1540, mostrando Netuno e Anfitrite em formas alongadas e posições desconfortáveis, transformou o Naturalismo e criou a obra maior do Maneirismo que em sua forma mais exagerada virou o Barroco, que acrescenta elementos exteriores, como efeitos de iluminação. Bernini foi sem duvida o mais importante escultor desse período, com obras como O Êxtase de Santa Teresa.
Após os excessos do Barroco, o Neoclassicismo é uma volta ao modelo helenista clássico, antes dos anos confusos do Modernismo, que teve a magnífica obra em bronze do francês Auguste Rodin e seu O Pensador, e depois enterrou a tradição clássica com o Cubismo, o Futurismo, o Minimalismo, as Instalações e a Pop Art.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Porcelana

 Origens
Porcelana (do Italiano porcellana ) é uma variedade de cerâmica dura e resistente, branca, as vezes translúcida, que é preparada a partir de uma mistura triaxial de caulim, feldspato e quartzo.
Todas as evidências apontam para o surgimento da porcelana na China da época "Teng" que teve na época "Song" a sua mais refinada produção com o afinamento da massa, elegância de formas e introdução de novos vernizes, culminando, na época "Ming" com expansão e desenvolvimento até o século XIX.
De lá se difundindo, por volta do século XVI, a porcelana obteve grande desenvolvimento na Coréia e no Japão de onde foi abundantemente importada sendo reconhecida pelo nome do porto de Imari que escoava a produção da zona de Arita e Kutani.
 Flores de porcelana (Madrid, Espanha, século XVIII)Desde o século XVI, graças às importações pelas Companhias das Indias, a produção européia se limitou a copiar toscamente a porcelana oriental, como a produção de Florença, até quando, no fim do século XVII, iniciou-se a produção francesa em Rouen e Saint-Cloud que acarretou em 1725 na manufatura Chantily e em 1738 na manufatura Vincennes depois transformada em manufatura real em Sévres.
Desde aí, as técnicas se aprimoram na Inglaterra, Portugal, Espanha e especialmente Alemanha, na Europa, e, com a prospecção e seleção de novas jazidas de caulim, no final do século XVIII chegava à equiparar-se à qualidade da produção oriental.
Conta-se que Luís XVI, o último monarca da França, fiel ao hábito de seus predecessores, sempre presenteava os dignatários de outros países com porcelanas de Sévres e tapeçarias de Gobelin que no fundo se constituia em propaganda da excelência destes produtos.


 Modelação

É a criação de um modelo em gesso, que serve para a execução de moldes, que se destinam a fazer reproduções do modelo original.

 Modelagem

É a criação de um molde de gesso para modelar uma peça.
 

 Massa

Área estritamente técnica. Funciona sob supervisão direta de laboratório.
Composição da Massa:

Argila - 10% (composiçao quimica :K2 P7 Fe40 He10)
Caulim - 40%
Feldspato - 25%
Quartzo - 25%

 Pastosa

É a massa utilizada em peças modeladas em torno. Depois de misturada, a massa é peneirada, em seguida é colocada em filtroprensas (equipamento de filtragem da água sob pressão), que tem por finalidade retirar o excesso de água deixando aproximadamente 25% de umidade. A massa prensada é retirada e acondicionada em depósitos de envelhecimento, para sua conservação até a etapa subseqüente de vácuo, que transforma a massa em uma mistura homogênea e sem ar. Neste momento, atinge maior grau de plasticidade, podendo ser torneada.


 Líquida

Trata-se da mesma massa, porém diluída. Contém aproximadamente 30% de água. Também é chamada de barbotina. Usada na fabricação das peças para as quais se usa um molde. O molde é preenchido com a massa líquida, e depois de um breve tempo de secagem parcial, é aberto para a retirada da peça de seu interior.

 Fabricação

Peças modeladas a torno: redondas

Modelagem automática

Responsável por 90% deste processo, sendo utilizado para produzir pratos, pires, xícaras, tigelas e saladeiras pequenas.

 Modelagem manual

Para as peças de maior dimensão, como: saladeiras grandes, prato de arroz e prato de bolo.
Peças moldadas a líquido: ocas, ovais e retangulares. Este processo também é chamado de colagem. Consiste em encher formas de gesso com a massa líquida. Após decorrido o tempo necessário para formação das paredes na espessura desejada (absorção da água pelo gesso), o excesso de massa é despejado. Os cabos e alças passam pelo mesmo processo e são colados manualmente.
As peças obtidas por colagem são: bules, leiteiras, cafeteiras, sopeiras, manteigueiras, açucareiros, travessas, etc. Após a secagem todas as peças são esponjadas para corrigir eventuais imperfeições.


 Queima

Depois de secas as peças sofrem a primeira queima, denominada biscoito, a 900 °C, cujo objetivo é dar às peças resistências e porosidade para a perfeita absorção do verniz. Nesta etapa as peças adquirem um tom rosado.
O verniz é composto pelos mesmos materiais da massa, em quantidades diferentes.
Através de um processo manual de imersão, o verniz adere à superfície da peça, formando uma película de cobertura. Após a aplicação do verniz ocorre uma segunda queima, que é realizada a uma temperatura que varia entre 1380 °C a 1400 °C.
Nesta fase a massa torna-se completamente compacta, totalmente sem porosidade, adquirindo cor branca e vitrificada (fusão do verniz sobre a massa). Esta segunda queima dura em média 31 horas, podendo chegar até 89 horas, dependendo da extensão do forno utilizado.
As peças já prontas são encaminhadas para o setor de classificação, que controla a qualidade do produto, que então é lixado e pronto para ser decorado.


 Tipos de Queima

O processo de aplicação do decalque na porcelana pode ter dois tipos de queima: uma chamada "sobre esmalte", onde a peça é levada ao forno numa temperatura de aproximadamente 800 °C.
O outro tipo, que é uma tecnologia chamada "fogo forte", ou seja, a peça é queimada a uma temperatura de aproximadamente 1200 °C, sendo que com este tipo de queima o decalque se funde com o esmalte que a porcelana tem na superfície, garantindo que a decoração nunca sofra desgaste.


Decoração

A decoração da porcelana é feita de diversas formas: com o uso de pintura à mão livre, uso de estanhola (molde vazado), a aplicação de decalque, transfer e a de filetes (ou listel). Algumas peças recebem mais de um processo durante sua decoração.
Como o processo de decoração feito com pintura manual demanda muitos artesãos qualificados, e maior tempo de execução, não é mais praticado em larga escala, exceto por algumas poucas fábricas, que tem na decoração manual o seu diferencial.
A estanhola nada mais é que um molde vazado, que serve de máscara para a aplicação da tinta à mão, com uso de pincel ou aerógrafo.


O decalque é um adesivo impresso em gráficas, em um papel adesivo especial, que é removidos do suporte quando mergulhado em água, e é então aplicado na peças de porcelana. Após ser colocado na posição correta, passa-se uma borracha para alisá-lo e fixá-lo. Na queima final da peça de porcelana, o papel adesivo é carbonizado, restando apenas a tinta impressa no decalque, que se funde ao verniz da porcelana.
O transfer é um processo similar ao decalque, pois também é uma imagem impressa sobre um papel (ou tecido, forma mais antiga de aplicação de transfer). Mas enquanto o decalque é aplicado após a vitrificação da porcelana, o transfer é aplicado antes, desta forma ficando por baixo do verniz final ("baixo verniz"), e sendo mais resistente ao desgaste. Geralmente é monocromático, e é a forma tradicional de decoração das peças "azul e branco", e todas as decorações que costumam recobrir em larga escala uma peça, como cenas inglesas, padrões florais, etc.
Os filetes são aplicados com dois tipos de pincéis: a trincha (pincel largo e sem ponta) e o pincel fino (de ponta fina e delicada). As peças são colocadas em um torno para que possam girar livremente, assim a mão do filetador pode ficar apoiada e fixa evitando falhas no filete.
Após a decoração, as peças passam pelo controle de qualidade e a seguir sofrem a segunda queima para fixação da decoração. Atualmente em algumas decorações e filete já está no decalque (adesivo), reduzindo assim o processo em apenas uma queima.
Após as queimas a porcelana é lixada para retirar algum resíduo do decalque. Após esta operação a mercadoria já pode ser embalada e comercializada.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Arquitetura

Definição

  Primeiramente, a arquitetura se manifesta de dois modos diferentes: a atividade (a arte, o campo de trabalho do arquiteto) e o resultado físico (o conjunto construído de um arquiteto, de um povo e da humanidade como um todo).
A arquitetura enquanto atividade é um campo multidisciplinar, incluindo em sua base a matemática, as ciências, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, a história, a filosofia, entre outros. Sendo uma atividade complexa, é difícil concebê-la de forma precisa, já que a palavra tem diversas acepções e a atividade tem diversos desdobramentos.
Atualmente, o mais antigo tratado arquitetônico de que se tem notícia, e que propõe uma definição de arquitetura, é o do arquiteto romano Marco Vitrúvio Polião. Em suas palavras:
"A arquitetura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes."
A definição de Vitrúvio, apesar de inserida em um contexto próprio, constitui a base para praticamente todo o estudo feito desta arte, e para todas as interpretações até a atualidade. Ainda que diversos teóricos, principalmente os da modernidade, tenham conduzido estudos que contrariam diversos aspectos do pensamento vitruviano, este ainda pode ser sintetizado e considerado universal para a arquitetura (principalmente quando interpretado, de formas diferentes, para cada época), seja a atividade, seja o patrimônio.
Vitrúvio declara que um arquiteto deveria ser bem versado em campos como a música, a astronomia, etc. A filosofia, em particular, destaca-se: de fato quando alguém se refere à "filosofia de determinado arquiteto" quer se referir à sua abordagem do problema arquitetônico. O racionalismo, o empirismo, o estruturalismo, o pós-estruturalismo e a fenomenologia são algumas das direções da filosofia que influenciaram os arquitetos.
A interpretação de Leonardo da Vinci do homem de Vitrúvio. Esta obra sintetiza uma série de ideais a respeito da relação do homem com o universo. Da mesma forma, ela está associada à arquitetura, tanto quanto um instrumento de projeto quanto como um símbolo.[editar] A tríade vitruviana
Ver artigo principal: Tríade vitruviana
Na obra de Vitrúvio, definem-se quatro os elementos fundamentais da arquitetura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao carácter construtivo da arquitetura/resistência), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo da história foi associada à função e ao utilitarismo), a venustas (associada à beleza e à apreciação estética) e o decorum (associado à dignidade da arquitetura, à necessidade de rejeição dos elementos supérfluos e ao respeito das tradições/ordens arquitetônicas).
Desta forma, e segundo este ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitetura quando, além de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas), respeitar as ordem clássicas (decorum) e for, principalmente, bela (venustas). Há que se notar que Vitrúvio contextualizava o conceito de beleza segundo os conceitos clássicos. Portanto, a venustas foi, ao longo da história, um dos elementos mais polémicos das várias definições da arquitetura.


 Definição moderna


Uma definição precisa de arquitetura é impossível, como já foi ressaltado, dada a sua amplitude. Como as demais artes e ciências, ela passa por mudanças constantes. No entanto, o excerto a seguir, escrito por Lúcio Costa, costuma gozar de certa unanimidade quanto à sua abrangência.
"Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela igualmente e não deve se confundir com arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto, desde a germinação do projeto, até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquiteto, no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.
A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitetura da simples construção."
Esta definição é entendida como um consenso pois ela resume praticamente toda uma metade de século de pensamento arquitetônico: a visão de Lúcio Costa sintetiza as várias teorias propostas por arquitetos pertencentes à arquitetura moderna. Dado que o moderno procurou se colocar não como mais um entre vários estilos, mas como efetivamente a arquitetura, e sua visão de mundo tornou-se predominante, ela tornou-se por fim um consenso. A teorização proposta pela arquitetura moderna engloba, no entanto, também toda a arquitetura produzida antes dela, já que ela manifesta claramente que a arquitetura surge de um programa, incorporando as variáveis sociais, culturais, econômicas e artísticas do momento histórico. Na medida em que os momentos históricos são heterogêneos, a definição moderna da arquitetura não ilegitima nenhuma outra manifestação histórica, mas ativamente combate a cópia de outros momentos históricos no momento contemporâneo.


Estilo e linguagem

Quando se pensa em algum tipo de classificação dos diferentes produtos arquitetônicos observados no tempo e no espaço, é muito comum, especialmente por parte de leigos, diferenciar os edifícios e sítios através da idéia de que eles possuem um estilo diverso um do outro.
Tradicionalmente, a noção de estilo envolve a apreensão de um certo conjunto de fatores e características formais dos edifícios: ou seja, a definição mais primordial de estilo é aquela que o associa à forma da arquitetura, e principalmente seus detalhes estético-construtivos. A partir desta noção, parte-se então, naturalmente, para a idéia de que diferentes estilos possuem diferentes regras. E, portanto, estas regras poderiam ser usadas em casos específicos. A arquitetura, enquanto profissão, segundo este ponto de vista, estaria reduzida a uma simples reunião de regras compositivas e sua sistematização.

Arquitetura clássica e renascentista em Roma.Esta é uma idéia que, após os vários movimentos modernos da arquitetura (e mesmo os pós-modernos, que voltaram a debater o estilo) tornou-se ultrapassada e apaixonadamente combatida. A arquitetura, pelo menos no plano teórico e acadêmico, passou a ser entendida através daquilo que efetivamente a define: o trabalho com o espaço habitável. Aquilo que era considerado estilo passou a ser chamado simplesmente de momento histórico ou de escola. Apesar de ser uma ruptura aparentemente banal, ela se mostra extremamente profunda na medida em que coloca uma nova variável: se não valem mais as definições historicistas e estilísticas da arquitetura, o estilo deixa de ser um modelo amplamente copiado e passa a ser a expressão das interpretações individuais de cada arquiteto (ou grupo de arquitetos), daquilo que ele considera como arquitetura.
Portanto, se é possível falar em um estilo histórico (barroco, clássico, gótico, etc.), também torna-se possível falar em um estilo individual (arquitetura Wrightiana, Corbuseana, etc).

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Moldura

Moldura

Moldura é qualquer proteção externa utilizada em quadros, foram originalmente utilizadas como ornamentos arquitetônicos em altares de igrejas. Os material inicialmente utilizados foram madeira, mármore e metal. Quando feitos de madeira, a mesma era entalhada a mão e pintada ou coberta de ouro.
Atualmente as molduras são produzidas em série, em industrias especialmente dedicadas à sua produção. A madeira continua sendo a matéria-prima principalmente utilizada para este fim, sendo também utilizados os derivados da madeira, plásticos, alumínio, gesso e até mesmo de concreto (muito utilizada em fachadas de casa, soleiras de janelas, etc.
Hoje no Brasil a moldura se divide em 02 segmentos distintos, a moldura artística (moldura de quadro) e a moldura para construção civil (marcos de porta, alizares, vistas, batentes, etc.)
A moldura artística é muito difundida no sul do Brasil, mais precisamente em uma cidade do sul de Santa Catarina, chamada Braço do Norte. Desde 2000 quando o atual governador de Santa Catarina sancionou um decreto lei que nomeou Braço no Norte a capital latino-americana da moldura.
Hoje a moldura tem em sua matéria principal o pinus, que sofre várias transformações até receber o acabamento final e ser entregue ao cliente final. Para a produção de molduras artísticas podemos citar: O Corte da árvore (proveniente de reflorestamentos), O beneficiamento, a secagem, a usinagem (adquiri a forma da moldura) e posteriormente o acabamento da moldura que pode utilizar diversas máquinas ou matérias primas tais como; O gesso, a pirogravura, a gravação com massa, a pintura, o hot stamping, o lixamento, enfim uma série de processos podem ser aplicados de acordo com o acabamento necessario e o gosto do cliente.

A Moldura vem entrando na era ecológica já a algum tempo, hoje temos muitas fabricas que desenvolvem muitas molduras recobertas, ou seja, o perfil é usinado no seu formato desejado e logo após recoberto com papel. Com esse processo a moldura consegue se tronar economicamente mais viável e despensa muitos agentes que são nocivos ao meio ambiente, como tintas a base de solvente, etc. Esse mesmo equipamento tem se mostrado cada vez mais presente nas molduras para construção civil, recobrindo peças com lâminas de madeira provenientes de reflorestamentos ou de madeira certificada. Atualmente a cidade de Braço do Norte vem perdendo terreno nessa "briga" para se manter no posto de capital latino-americana da moldura, tendo em vista a grande expansão de mercado no sudeste e centro oeste que destinam a sua produção para empresas locais diminuindo frete e sobretudo São Paulo e Curitiba.
A Cidade de Braço do Norte além de suas fábricas de moldura abriga ainda a maior quantidade de mão de obra especializada no produto bem como empresas especializadas na fabricação de equipamentos para fazer a moldura (acabamento e corte/montagem do quadro).
Nesse grau evolutivo do processo de fabricação e comercialização da moldura pordemos sitar o grupo moldurart como o pré-cursor desse mercado em Braço do Norte e um dos primeiros em todo o Brasil.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Pintura

 Rembrandt, O artista em seu estúdio, 1626-28. Representação do estúdio de um pintor no século XVIIA pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.
Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, tais como papel, tela, ou uma parede (pintura mural ou de afrescos). A pintura a óleo é considerada por muitos como um dos suportes artísticos tradicionais mais importantes; muitas das obras de arte mais importantes do mundo, tais como a Mona Lisa, são pinturas a óleo.
Diferencia-se do desenho pelo uso dos pigmentos líquidos e do uso constante da cor, enquanto aquele apropria-se principalmente de materiais secos.

No entanto, há controvérsias sobre essa definição de pintura. Com a variedade de experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, a idéia de que pintura não precisa se limitar à aplicação do "pigmento em forma líquida". Atualmente o conceito de pintura pode ser ampliado para a representação visual através das cores. Mesmo assim, a definição tradicional de pintura não deve ser ignorada. O concernente à pintura é pictural, pictórico, pinturesco, ou pitoresco.
 Cor

O elemento fundamental da pintura é a cor. A relação formal entre as massas coloridas presentes em uma obra constitui sua estrutura fundamental, guiando o olhar do espectador e propondo-lhe sensações de calor, frio, profundidade, sombra, entre outros. Estas relações estão implícitas na maior parte das obras da História da Arte e sua explicitação foi uma bandeira dos pintores abstratos. A cor é considerada por muitos como a base da imagem.

História


A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história. Ainda que durante o período grego clássico não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a Pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do Renascimento até o século XX.
Mas é a partir do século XIX com o crescimento da técnica de reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial, que a pintura de cavalete perde o espaço que tinha no mercado. Até então a gravura era a única forma de reprodução de imagens, trabalho muitas vezes realizado por pintores. Mas com o surgimento da fotografia, a função principal da pintura de cavalete, a representação de imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, a crise da imagem única e o apogeu de reprodução em massa.
No século XX a pintura de cavalete se mantém através da difusão da galeria de arte. Mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários tipos de designers (ilustradores, estilistas, etc.), especialmente na publicidade. Várias formas de reprodução técnica surgem nesse século, como o vídeo e diversos avanços na produção gráfica. A longo do século XX vários artistas experimentam com a pintura e a fotografia, criando colagens e gravuras, artistas como os dadaístas e os membros do pop art, só para mencionar alguns. Mas é com o advento da computação gráfica que a técnica da pintura se une completamente à fotografia. A imagem digital, por ser composta por pixeis, é um suporte em que se pode misturar as técnicas de pintura, desenho, escultura  e fotografia.
A partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias, os pintores adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram , criando novas formas de representação e expressão visual.

 Pintura figurativa e abstrata

Quando o artista pretende reproduzir em seu quadro uma realidade que lhe é familiar, como sua realidade natural e sensível ou sua realidade interna, a pintura é essencialmente a representação pictórica de um tema: é uma pintura figurativa. O tema pode ser uma paisagem (natural ou imaginada), uma natureza morta, uma cena mitológica ou cotidiana, mas independente disto a pintura manifestar-se-á como um conjunto de cores e luz. Esta foi praticamente a única abordagem dada ao problema em toda a arte ocidental até meados do início do século XX.
A partir das pesquisas de Paul Cézanne, os artistas começaram a perceber que era possível lidar com realidades que não necessariamente as externas, dialogando com características dos elementos que são próprios da pintura, como a cor, a luz e o desenho. Com o aprofundamento destas pesquisas, Wassily Kandinsky chegou à abstração total em 1917. A pintura abstrata não procura retratar objetos ou paisagens, pois está inserida em uma realidade própria.
A abstração pode ser, porém, construída, manifestando-se em uma realidade concreta porém artificial. Esta foi a abordagem dos construtivistas e de movimentos similares. Já os expressionistas abstratos, como Jackson Pollock, não construíam a realidade, mas encontravam-na ao acaso. Este tipo de pintura abstrata resulta diametralmente oposta à primeira: enquanto aquela busca uma certa racionalidade e expressa apenas as relações estéticas do quadro, esta é normalmente caótica e expressa o instinto e sensações do artista quando da pintura da obra.

 Técnica
 Toda Pintura é formada por um meio líquido, chamado médium ou aglutinante, que tem o poder de fixar os pigmentos (meio sólido e indivisível) sobre um suporte.

A escolha dos materiais e técnica adequadas está diretamente ligada ao resultado desejado para o trabalho e como se pretende que ele seja entendido. Desta forma, a análise de qualquer obra artística passa pela identificação do suporte e da técnica utilizadas.
O suporte mais comum é a tela (normalmente feita com um tecido tensionado sobre um chassis de madeira), embora durante a Idade Média e o Renascimento o afresco tenha tido mais importância. É possível também usar o papel (embora seja muito pouco adequado à maior parte das tintas).
Quanto aos materiais, a escolha é mais demorada e, normalmente, envolve uma preferência pessoal do pintor e sua disponibilidade. O papel é suporte comum para a aquarela e o guache, e eventualmente para a tinta acrílica.
As técnicas mais conhecidas são: a pintura a óleo, a tinta acrílica, o guache, a aquarela, a caseína, a resina alquídica, o afresco, a encáustica e a têmpera de ovo. É também possível lidar com pastéis e crayons, embora estes materiais estejam mais identificados com o desenho.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Arte e Artesanato: Artesanatos


Artesanato

 Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.
O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz.

  História


Loja de artesanato urbano, no Porto, em Portugal.Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.C.) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. O mesmo pode ser percebido no Brasil no mesmo período. Pesquisas permitiram identificar uma indústria lítica e fabricação de cerâmica por etnias de tradição nordestina que viveram no sudeste do Piauí em 6.000 a.C.
Historicamente, o artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do produto a ser executado.
A partir do século XI, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este oferecia, em troca de mão-de-obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas e comida. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.


Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial, teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.
Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX, tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.